BREVE HISTÓRIA DA FREGUESIA

Com origem latina, o topónimo Urqueira evoca uma viagem a períodos muito anteriores à fundação da História, talvez mesmo a uma civilização megalítica. A Carta de Couto passada por D. Afonso Henriques em 1172 ao Mosteiro de St. ª Maria de Tomarães faz mesmo referência a uma “mamoa” em Urqueira – “Vadit ad mamonam vertente acqua quanodo vadit ad orcariam”.

Esta é uma das freguesias cuja toponímia (Vale das Antas, Pederneira e Urqueira) tem merecido especial atenção dos investigadores. Urqueira é reconhecida pela sua dotação arqueológica, acusada por uma importante oficina de talhe pré-histórica, e a um tempo mais recente, por povoados romanos.

Pronunciados são também os fitotopónimos Casal da Relva, Amieira, Mata… que remarcam a qualidade fértil e regada das terras. Perante tamanhos atributos, no reinado de D. Afonso Henriques dá-se a primeira tentativa de povoamento em “Orqueira”, outorgando-se em 1180 uma carta de povoação. Esta iniciativa é reforçada em 1299 por D. Dinis, que entrega um lugar para povoar a Martim Lourenço da Cerveira, o principal fundador deste lugar.

A freguesia, porém, viria a nascer apenas em 1928, por desanexação de Olival e a paróquia surgiria em 1940. Mas o povo, de tradição espirituosa, já há muito cumpria os preceitos religiosos. Nos lugares de Urqueira e Resouro terão sido edificadas duas capelas no séc. XVII, ambas suplantadas por outras mais recentes. Persistência assume uma capela fundada em 1687 no Estreito, em honra de N.ª Sr.ª do Testinho, sob promessa do Conde de Castelo Melhor, que no local ficara a salvo de uma perseguição.

Após várias décadas sujeita um êxodo impelido pelos movimentos migratórios, a freguesia reconquistou a dinâmica tornando-se palco de empresas de construção civil, fábricas de materiais de construção e de aviários. Hoje Urqueira oferece trabalho, mas também património cultural e lazer, que é generosamente representado pelo Parque das Merendas, na Amieira, onde coabitam a ribeira, a floresta e reminiscências da etnografia.